sexta-feira, 5 de agosto de 2011

Entretanto, ninguém, por mais conhecedor que seja dessa flor, jamais poderá dizer a ela: "Eu sei o que você é, orquídea". A mulher é como a orquídea. Ninguém jamais poderá dizer: "Eu sei o que você é, mulher". Mas, pela convivência diária e íntima, pelo estudo criterioso e científico, pelo paixão incondicional à sua espécie, pode conhecer de maneira especial o modo de ser, as necessidades e o comportamento da mulher. Pode aprender quais são os alimentos básicos necessários para satisfazê-la, para deixá-la mais bela e integrada com sua espécie e com as outras, mas sem nunca perder de vista suas particulariedades e seu contínuo processo de tranformação. Porque, até nisso, a mulher se assemelha a uma orquídea. De tanto vê-la, diariamente, podemos achar que sabemos como ela é. Mas, se fosse possível, esse saber não duraria mais que um dia, pois, no dia seguinte, ao olhá-la novamente, descobriríamos que ela já não é mais a mesma, tal qual as orquídeas, que, de um dia para o outro, vão mostrando uma leve inclinação nas suas hastes, sempre tentando desviar do molde que lhe tentamos impor. Mesmo que conseguíssemos observar todos os seus movimentos, não seria possível abarcar todos os aspectos elementares do seu ser, que guarda segredos inatingível, às vezes até para ela mesma.